Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) o mundo perde e desperdiça mil e trezentos milhões de toneladas de alimentos por ano. Isto é: 1/3 de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado. Neste meio, há as perdas que não são intencionais, justamente as que ocorrem em decorrência de infraestrutura e transporte do alimento até o consumidor final. E há aquelas que são intencionais, onde produtos são descartados porque estão próximos da data de validade ou esteticamente não estão bons para serem comercializados. De modo geral, o desperdício ocorre geralmente no final da cadeia. No Brasil, a cada ano, 26,3 milhões de toneladas de alimentos vão para o lixo, sendo a maior perda (45%) de frutas e hortaliças, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 10% das perdas acontecem no campo, 50% no manuseio e transporte, 30% em centrais de abastecimento e 10% nos supermercados e consumidores.
Foi por influência destes dados alarmantes que resolvemos lançar, por conta própria, uma série de vídeos sobre o desperdício de alimentos.
Queremos causar reflexão. Fazer com que pessoas e empresas tenham consciência que somos responsáveis por este compromisso extremamente sério e que pequenos hábitos necessitam ser revistos para que as próximas gerações — e as atuais, claro — tenham um impacto cada vez menor.
Com a produção e direção de Cainan Correa Tavares, o mesmo que criou o curta-metragem Chegamos Antes, e edição de Marco Teixeira, que já teve passagem pela VICE Brasil, a série de vídeos contará com a participação de três pessoas com estilo de vida e profissional distintos, mas que se conectam e debatem sobre o tema, evidenciando que existem soluções simples no dia a dia que podem reduzir a quantidade de desperdício de alimentos.
Hoje, você conhecerá a história de Juliane Gomes que, ao lado dos seus familiares, trabalha na feira-livre em bairros da zona sul de São Paulo. Acompanhamos Juliane desde as 4 da manhã até o encerramento do dia de trabalho para compreender a maneira com que ela enxerga a questão dos alimentos, da necessidade dele e quais atitudes ela toma no dia a dia para que seu desperdício seja mínimo. É interessante observar que ela tem uma grande consciência sobre o assunto. Uma das principais ações que ela cita no vídeo refere-se à preferência de entregar produtos aos consumidores ao invés de aguardar até o final do expediente e acumulá-los em estoque — fator que influencia diretamente no desperdício de frutas e legumes.
Diante desta mesma perspectiva, nós pesquisamos e encontramos uma iniciativa muito interessante chamada Comida Invisível, que é um projeto de ação social que recupera alimentos que aos nossos olhos não estão bons para o consumo, mas, de fato, estão perfeitos. Por meio do site e também da página oficial do projeto no Facebook podemos ver depoimentos incríveis como o da Chef de cozinha Mari Hirata, receitas e ótimas dicas para reduzir o desperdício de alimentos em nossas casas, no trabalho etc.
Outra iniciativa que conhecemos e tivemos imediata admiração foi o Fruta Imperfeita. Basicamente, a empresa realiza parcerias com produtores e ajuda-os a vender frutas e legumes que são evitadas no varejo, por influência do padrão estético. Incrível, né? É muito fácil de realizar as compras: basta você acessar o site, realizar um cadastro e definir qual cesta de frutas e legumes você gostaria de comprar. O melhor de tudo, além da causa, é que tudo é feito com muito amor, conforme você pode ler abaixo:
Semana que vem tem outro episódio para você assistir! Vai conhecer a história do Wag Carvalho, dono de um bistrô e uma filosofia de vida admirável.
Enquanto isso, diz aí nos comentários o que você tem feito no dia a dia para reduzir o desperdício de alimentos 😉